AS DORES DE MARIA
Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua
palavra — (Lc 1,38).
Estas palavras revelam a plena entrega de Maria à vontade de
Deus para o gozo ou para a dor, ou seja, para a glória ou para a ignomínia.
A sua resolução está decidida: servir a Jesus, ou dando-O à
luz no presépio de Belém, ou assistindo à sua morte no monte Calvário. Maria,
aceitando a dignidade de Mãe de Deus, associou-se a Jesus na grande obra da
Redenção e ofereceu-se para a carregar com todas as consequências que tal
dignidade lhe impunha.
Como mãe, partilhou a sorte do Filho, que foi também o
sofrimento. Teve, por isso, a sua Paixão e o seu Calvário, e uniu as dores de
Jesus às próprias dores.
A segunda fonte das dores de Maria foi o ter sido testemunha
ocular da Paixão de seu Filho, sem poder prestar-Lhe o menor serviço que o
aliviasse das suas penas. As revelações de alguns Santos dizem que, se Maria
não assistiu corporalmente às várias cenas da Paixão do Salvador, como a da
flagelação e a da coroação de espinhos, o que não é de todo improvável,
assistiu, contudo, mentalmente, a cada passo doloroso, pois tinha conhecimento
de tudo pelo que sabia das sagradas Escrituras, pelos íntimos colóquios com
Jesus em Nazaré e pelas notícias que São João lhe levava do que ia sucedendo.
Santa Catarina de Génova sucumbiu desfalecida quando Deus
lhe mostrou, um dia, o pecado em toda a sua fealdade.
Maria aguentou não uma, nem duas, mas sete espadas
trespassando-lhe, ao mesmo tempo, todo o seu espírito.
Meditemos nas suas dores e aprendamos dela a ser fortes nos
combates que nos declaram o mundo, o demónio e a carne.
Muito fracos seremos se, à primeira tentação, nos dermos por
rendidos ao nosso inimigo.
Fazei, ó Mãe, fonte de amor, que eu sinta o espinho da dor,
para contigo chorar.
"Uma espada DE DOR trespassará a tua alma."
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