Mãe, não quero nada.
Vim apenas te ver.
Não leves a mal
que eu esqueça
os pedidos que me fizeram
para eu te fazer.
Não é egoísmo, Senhora,
e a prova é que não farei também
nenhum pedido para mim,
nem desejo serenar-me,
contemplando teu rosto sereno.
Em nome de todos os homens
que vivem te suplicando,
em nome de todos os irmãos
que já se aproximam de ti
de mãos estendidas,
deixa que eu esqueça um momento
o vale de lágrimas,
nossa miséria de mendigos,
nossa pobreza de criaturas,
nossa tristeza de pecadores,
para saudar-te,
Rainha dos Anjos
Virgem-Mãe de Deus!
Bendito seja o Criador
de tuas mãos sem mancha
por onde passa toda a luz
que tomba sobre a escuridão dos homens!
Bendito seja o Criador
de teu olhar boníssimo
que tem o dom
de acender a esperança
nas almas desalentadas,
nos corações em desespero,
à beira do abismo,
do irremediável,
do fim!
Bendito seja o Criador
de tua sombra suavíssima
pois já notei,
Mãe querida,
que basta a tua lembrança,
o teu perfume
para encher a solidão da vida
a solidão do homem.
Mãe, não quero nada.
Vim apenas te ver.
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